Jack Klain tinha 90 anos e vivia em Portugal desde a segunda
guerra mundial. Longe dos filhos, que residem nos EUA, Jack vivia só. A solidão
e a doença levaram o idoso a anunciar a sua própria morte no jornal Correio da
Manhã.
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Jack Klain, o idoso que fez o anúncio da própria morte, partilhava as suas histórias de guerra com António Marques (foto pequena), comerciante na baixa lisboeta. Fonte: Correio da Manhã. |
“Eu, Jack Klain, comunico que faleci...”. Assim se inicia o
anúncio que Jack pediu que colocassem quando ainda se encontrava doente. Viúvo,
com os filhos a residir do outro lado do oceano, Jack sentia uma solidão
profunda, visível nas palavras que o idoso utilizou na descrição do anúncio: "Não
há solidão mais triste do que a do homem sem amizade. A falta da família faz
com que o mundo pareça um deserto".
António Marques, comerciante na baixa pombalina, recordou um
pouco do homem e da sua história: ”Conheci o senhor Klain há 34 anos, quando
vim para a Baixa e abri a loja ao lado do edifício onde ele tinha escritório.” O
comerciante era uma das pessoas com quem Jack partilhava algumas das histórias enquanto
atirador de cauda de bombardeiros B-52 na Segunda Guerra Mundial, no Pacífico:”
Ofereceu-se como voluntário para, ao serviço dos EUA, prestar apoio à saída de
refugiados provenientes da Europa Central, através de Portugal, para os
EUA."
O idoso, cuja solidão obrigou publicar o anúncio da própria
morte, deixou dois filhos, Steven e Sharon com os quais não mantinha qualquer
relação.
Por: A.S
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