Até agora os estudos têm mostrado que é possível aumentar a
longevidade de animais em fase embrionária. Esta nova experiência do
Centro de Estudo do Cancro (CNIO) espanhol mostrou que é possível obter o mesmo
resultado em ratinhos adultos, o que se traduz numa nova via para estudar a longevidade e patologias associadas à velhice.
Os resultados da experiência foram publicados na revista EMBO
Molecular Medicine e mostram que a terapia genética que desenvolveram é segura
e eficaz em animais.
Os ratinhos tratados
quando tinham um ano de idade (adultos) viram a sua longevidade aumentar 24% e
os tratados aos dois anos de idade (já na velhice) em 13%.
O tratamento consistiu em inserir (numa única
"toma"), nas células dos ratinhos, a bordo de um vírus inócuo, o gene
de uma enzima chamada telomerase. Esta enzima protege as células do
envelhecimento, reparando as extremidades dos cromossomas. Mas de cada vez que
uma célula se divide, essas extremidades (chamadas "telómeros")
encurtam-se e, a dada altura, perdem a sua funcionalidade, fazendo com que a
célula pare de se reproduzir, envelheça e morra.
A equipa espanhola já tinha mostrado, em 2007, que era
possível prolongar a vida de ratinhos tratados na fase embrionária sem provocar
cancros. E nos ratinhos agora tratados em adultos, o seu estudo mostra que é
possível desenvolver uma terapia genética anti-envelhecimento à base de
telomerase sem fazer aumentar a incidência do cancro. A produção de telomerase
pelas células poderá assim permitir um dia reparar ou adiar os danos que se vão
acumulando no ADN devido ao encurtamento dos telómeros. O que significa que além
de aumentar a longevidade o tratamento retarda doenças associadas à idade.
Os cientistas fazem notar que isto não significa um
tratamento contra a velhice, mas uma nova via para estudar potenciais terapias
contra patologias associadas a anomalias do comprimento dos telómeros, como
certos casos de fibrose pulmonar.
Por: A.S
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